Tão famosa por defender a vida de tartarugas, golfinhos e outros animais, a ilha proíbe, desde 2004, o nascimento do ser humano, colocando em risco de extinção essa espécie tão rara, a única população de ilha oceânica do país. A decisão é uma diretriz da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco e foi estabelecida depois que uma mulher precisou ser transferida com urgência para Recife com um salve aéreo – uma operação que pode custar até R$ 35 mil. “A gente sabe da demanda de as mulheres voltarem a ter parto na ilha, mas precisamos atender todos os requisitos para isso acontecer”, afirma o administrador geral do distrito de Noronha, Luís Eduardo Antunes, 49, indicado para o cargo pelo governador pernambucano, Paulo Câmara. “Fizemos um projeto para criar uma casa de parto, mas existe uma norma do Ministério da Saúde que estabelece que toda casa de parto tem que estar a 500 metros de um hospital de alta complexidade, o que não é o caso do hospital São Lucas. Na possibilidade de uma complicação, se formos depender de um resgate aéreo que pode demorar três horas, colocamos em risco a vida da parturiente e do bebê.” Segundo Luís Eduardo, o custo para adaptar o hospital ou construir uma maternidade é “altíssimo”: em torno de R$ 3 a 4 milhões para uma demanda de “26, 27 partos por ano”. Mães lutam para ter hospitais e terem o direito de, finalmente, darem a luz em Noronha.
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