Celina Santos
O “furacão” em que fomos jogados nos últimos meses faz buscar apoio em versos e imagens de lugares para escapar da realidade, hein? Como convida o magistral Gilberto Gil, dá vontade de gritar por aí: “Vamos fugir/ Proutro lugar, baby/ Vamos fugir/ Pronde haja um tobogã/ Onde a gente escorregue”. Então…
Em bom baianês, devo dizer que seria massa poder subir algumas ladeiras e escorregar numa cidadezinha com pouco mais de 20 mil habitantes. Fica quase mil metros acima do nível do mar, no sudoeste da Bahia. Imaginou?
E por lá, como mostram as fotos, o outono já indica outra face para a paisagem – principalmente à noite. A neblina ou névoa dão um charme especial à praça principal, onde uma balaustrada é marca dos imigrantes alemães que um dia estiveram por lá.
Assim como a arquitetura antiga de muitas casas, lembrança da origem de outros países europeus, como Portugal e Itália. Desde a emancipação da cidade, passaram-se 159 anos.
A visão ao redor duas ruas largas e planas disfarça as árvores e flores espalhadas nos jardins. Em plena praça central, reza a lenda que a estátua do índio (habitante original daquele lugar) simboliza alguém que paralisou de tanto frio! Toda terra tem suas histórias e estórias, não é?
O outono mergulhado nesse tal “corona” não permite pensar num inverno típico, para curtir o “São João Quente na Terra do Frio” – lema do tradicional arrasta-pé no município. É logo ali na rua ao lado, mas outras festas juninas virão e o irresistível forró nos espera, viu?
Seja nesta primavera ou numa próxima, você também pode conhecer a “Terra das Flores” – outro sinônimo de Maracás. No hiato da cartilha de agora, precisamos tomar os cuidados recomendados. Mas é apenas uma pausa. Não podemos permitir que os tropeços nos impeçam de perceber as tantas belezas que nos aguardam. Só quando for prudente reencontrar a tão soberana liberdade, é claro.
O que nos sobra hoje é o apego à estação da esperança. De que os pesquisadores descobrirão um remédio (para socorrer os infectados) e uma vacina capaz de deixar para trás o vírus que tantos desafios impõe a todo o mundo.
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