“Festa do Beco”: cultura com gosto de resgate em bairro de Itabuna


Cláudio Kron reuniu os amigos para um dia de celebração à cultura. Zenrique (à esquerda) foi um deles

Por Celina Santos

Moradores da Saturnino José Soares, bairro de Fátima, em Itabuna, podem contar aos amigos: minha rua teve um inesquecível encontro de cultura no domingo (14). Foi a“Festa do Beco”, um sarau organizado pelo percussionista Cláudio Kron, que sempre volta da Inglaterra para visitar as origens. O evento contou com uma verdadeira salada de manifestações para todos os gostos.

A cantora portuguesa Daniela Carrapero, que está morando na cidade, animou o público trazendo clássicos internacionais e deu voz a músicas brasileiras, como “Pássaro de Fogo”, de Paula Fernandes. Não deu outra: um côro pra lá de animado veio da plateia.

Para aqueles que apreciam música e dança afro – bem brasileira -, teve o batuque e o canto da banda Negras Perfumadas, formada por mulheres no comando da percussão. Elas foram formadas na escola do Grupo Encantarte, que se apresentou em seguida, com o fundador Egnaldo França cantando ao lado do anfitrião Cláudio Kron.

A atriz Alba Cristina lembrou histórias que emocionaram os presentes

O conjunto de verdadeiros e espontâneos shows teve músicas cheias de consciência ambiental com o cantor Zenrique, de Buerarema; apresentação de dança do ventre com Samile Dias; declamações com Larissa Profeta e Clovisnaldo Argolo e os hits da banda de hip hop Cabruca.

Já sob o clarão da lua cheia, subiram ao palco as cantoras Selma Aguiar e Michele Aguiar (mãe e filha). “Toda vez que ele vem, ele resgata todo mundo”, resumiu Selma. As artistas cantaram ao toque do próprio Cláudio Kron, mais Adilson Nascimento e Zenon Moreira.

Marcelo Ganem cantou acompanhado do violão e do que chamou de “pandeiro luxuoso”

A noite também foi brindada com a presença do cantor e compositor Marcelo Ganem, cujas boas-vindas foram dadas pela atriz Alba Cristina. Acompanhado pelo que chamou de “pandeiro luxuoso” tocado por Kron, o cantor de Buerarema entoou, por exemplo, o hino à bandeira; cantou a tradicional “Serra do Jequitibá” e fechou com a inconfundível “Ilha de Maré”.

Compareceram ao sarau pessoas de diversas idades e profissões. Daquelas horas ficou patente um sabor de saudade, pois havia muitos daqueles que – como o anfitrião – viveram a juventude em Itabuna. E testemunharam uma efervescência cultural que projetou cantores, atores e demais artistas da cidade para diversas partes do Brasil e do exterior.

Kron, Selma e Michele, acompanhados por Adilson e Zenon: salve a música!