Texto: Celina Santos
Cenas de idosos dançando, elegantes, lúcidos, saudáveis e com sorriso largo no rosto chamaram a atenção na confraternização deste final de ano no GAV (Grupo Ação e Vida), em Itabuna. Fundada há 18 anos pela saudosa Miriam Lins e hoje presidida por Elvira Radwanski, a entidade reúne exemplos indiscutíveis do que todos sonham para a chamada “melhor idade”.
Vamos às encantadoras histórias que pudemos encontrar no evento, realizado ao som da eclética cantora Juliane Ramos, no Cerimonial Maison Marie. Lá, aquela animada turma se reúne a cada 30 dias – e planeja as também mensais viagens ao litoral, sempre realizadas a partir da primavera.
Até hoje um dos diretores do GAV, seu Nelson Lins, de 92 anos, demonstra que aquele ambiente combina – e muito – com a maneira como ele conduz a vida. É, também, uma forma de celebrar a memória da saudosa esposa Miriam, com quem dançava durante todas as festas.
“Não podemos nos acomodar; se ficar em casa, atrofia a mente. Viver com alegria ao lado dos amigos é uma grande virtude. A pessoa alegre vive mais, transmite alegria ao semelhante”, sentencia.
Recomeço e rebolado
Num intervalo da dança com o professor Sussu, que compareceu para dançar com as verdadeiras meninas ali no salão, papeamos com dona dona Edméa Berbert, de 79 anos. Grata, ela lembrou o quão transformador foi o GAV na sua rotina.
“Foi uma realização, conheci pessoas maravilhosas; Miriam foi uma irmã. Antes, eu vivia dentro de casa cuidando dos filhos. Depois de conhecer Miriam e seu Nelson, tudo mudou pra mim. Meus filhos sempre comentam. Meu filho Marcelo incentivava as minhas viagens e dizia que eu estava aproveitando a vida depois do grupo”, contou.
Falando em curtir a vida, vimos Solange Cezar Moreira, de 75 anos, “descendo até o chão” (como dizemos nas coreografias bem baianas). Nosso bate-papo foi rápido – para não interromper o ritmo, é claro! Tempo suficiente para ela atribuir o vigor demonstrado ao poder da atividade física constante, que a fez escapar até das famosas dores sentidas por tantas pessoas após a chikungunya.
“Felicidade e compreensão”
A presidente do GAV, Elvira Radwanski, ostenta 80 anos de elegância e fez questão de enumerar os desejos para o grupo em 2020. “Felicidade, paz, esperança de dias melhores. A base de tudo é o amor e a compreensão”, elencou.
Ela aproveitou para manifestar gratidão por lhe ter sido confiada a missão de liderar a entidade: “É uma maravilha, tenho que agradecer a dona Mirian por ela ter fundado esse grupo e agradeço ao senhor Nelson pelo incentivo; ele dança, ele brinca”. Toda altiva em um vestido longo cor-de-vinho, ela também projeta o sonho de muito mais vida pela frente. “Eu quero chegar aos 105, 106 anos dançando”, aposta, sorridente.
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