Jackson Costa abraça “Escolas Culturais” como caminho contra violência em Itabuna


“A gente só sai da condição que está se fizer valer esse projeto: unir cultura, educação e arte”

Por Celina Santos

O ator Jackson Costa não abre mão de manter os vínculos com Itabuna, ainda que esteja fazendo trabalhos no eixo Rio-São Paulo. Escolhido padrinho do programa Escolas Culturais, lançado semana passada no Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães, ele toma o papel como missão e acredita que a iniciativa seja um caminho para tirar a cidade do cenário de violência que a insere entre as principais da Bahia.

Como você recebeu a atribuição de ser padrinho do programa Escolas Culturais em Itabuna?

Como uma mãe que recebe uma criança e precisa cuidar dela. Porque é um projeto muito bonito, que pode tirar a gente dessa condição que nós estamos aqui na região, de descaso, de violência. Por que Itabuna está sendo a primeira? Eu perguntei ao governador. Eu acredito que Deus sempre faz a coisa certa. Itabuna é quem tá precisando muito, porque a gente precisa abrir horizontes para as pessoas se desenvolverem. A gente só sai da condição que está se fizer valer esse projeto: unir cultura, educação e arte. E a gente consegue.

Qual sua primeira impressão sobre o que viu no Colégio Modelo, escolhido como Escola Cultural?

Pelo que eu vi aqui hoje, estamos com tudo na mão. Às vezes a gente quer e não tem suporte pra realizar; mas aqui a gente está tendo o suporte dado pelo governador e não é uma coisa utópica, paternalista. Não é de cima pra baixo; é aproveitando o que já existe de estrutura física aqui nessa escola, mas também o que já existe de ações culturais aqui, integrando a sociedade. Então, eu recebo como uma responsabilidade muito grande, uma alegria de estar presenciando esse momento, a possibilidade de a gente sair das trevas e encontrar a luz através da educação e da cultura.

De que forma se dará a sua ação como padrinho do programa?

É uma responsabilidade, mas eu não vou fazer nada sozinho. A proposta dele [do governador Rui Costa] é que muitos – se possível, todos – se unam nesse propósito. Eu já vi que aqui tem muitos e a gente precisa é ter cada vez mais gente.

Está disposto a vir aqui constantemente para colocar ideias em prática?

Eu quero estar aqui o máximo de tempo que eu puder, conversando com a direção da escola, com os movimentos de arte que são da escola e da comunidade, que entrem nessa ‘Arca de Noé’ para a gente se salvar. Se eu puder estar aqui todo mês, eu estou; se for preciso, toda semana ou passar um tempo aqui, eu quero vir. Porque eu sou daqui, eu nasci aqui e eu vou fazer por mim. Eu fazendo pelos outros, vou estar fazendo pra mim; e fazendo pra mim, vou estar fazendo para os outros.

Você recebe, então, como uma missão para sua vida …

Como uma missão! Todos nós temos uma missão aqui. Acho que a grande missão não é a gente pensar em nós, é pensar no outro. Então, é um trabalho que proporciona o desenvolvimento criativo, espiritual, o desenvolvimento da sociedade, das pessoas. Estou aqui para fazer o que eu puder fazer.