Transição capilar: do resgate da identidade ao empoderamento


 

Texto: Evellin Portugal

Fotos: Ingrid Rísia Fotografia

Durante muito tempo, eles foram chamados de “ruins” e passavam por tratamentos químicos, como alisamentos definitivos e progressivos. Mas, de um tempo pra cá, os cabelos cacheados e crespos têm recebido uma atenção especial e se destacado cada vez mais. Hoje, eles são sinônimos de orgulho, aceitação, atitude e estilo.

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Em todos os lugares é possível encontrar mulheres que estão em fase de ou já concluíram a chamada transição capilar. Neste processo, que inclui a quebra de padrões impostos pela sociedade, as partes alisadas são cortadas, dando espaço ao cabelo natural. E, muito mais do que a recuperação dos fios, esse movimento garante o resgate da identidade e o aumento da autoestima.

Assumir os cachos ou o black power (poder negro), no entanto, não é apenas uma questão estética, mas algo que melhora a saúde dos cabelos. Foi pensando nisso que a administradora Andressa Ferreira, 23 anos, decidiu mudar.

Em entrevista à revista Bellas, a jovem itabunense conta que começou a alisar o cabelo ainda na infância. “Eu achava que só estaria bonita com o cabelo liso. Queria soltá-lo, como minhas amiguinhas do colégio usavam. Antes de alisar, usava sempre preso, trançado”, lembra.

Ela afirma que abusou do secador e prancha dos sete aos 22 anos, o que danificou os fios, deixando-os opacos e quebradiços. Insatisfeita com a (falta de) saúde capilar, Andressa começou a pesquisar sobre o assunto em sites e nas redes sociais. “Entendi que o processo de melhoria teria maiores resultados sem a utilização de química. Então, passei a me enxergar de outra forma e decidi fazer a transição. Somente depois comuniquei ao meu esposo, família e amigas”, relata.

A moça também se inspirou na irmã mais nova, Amanda Santos, que já havia iniciado a transição cerca de dois anos antes. Entretanto, diferente da irmã, que fez o big chop (grande corte) e passou a máquina 1 na cabeça, Andressa optou pela texturização.

Seguindo uma rotina de tratamento, ela foi dando um aspecto cacheado às partes alisadas e cortando-as aos poucos, até deixar totalmente natural. “Meu maior incentivo era descobrir como meu cabelo realmente era e sempre olhava o relato de outras meninas e as comparações “before x after“. Hoje continuo com o cronograma capilar (hidratação, nutrição e reconstrução) de três em três dias e faço umectação quinzenalmente”, detalha.

Liberdade e poder

1 2De acordo com a administradora, assumir o cabelo liberta a beleza natural de cada pessoa. “Apesar de a mudança ser visível externamente, a maior mudança é interna. Particularmente, houve um reforço de identidade e valorização das minhas raízes, do povo africano, a trajetória de luta e afirmação”, revela.

Sentindo-se muito mais bonita e poderosa, ela é categórica ao afirmar que a transição foi a melhor escolha que fez: “Sei que tudo tem seu tempo, mas me arrependo de não ter decidido antes. Eu me sinto mais linda, confiante e empoderada”.

Ela ainda dá um conselho para as mulheres que estão pensando em iniciar ou que já estão em processo de mudança: “Persistam e sejam disciplinadas. Não há luta sem vitória. Vale muito a pena. E que a decisão não seja uma imposição da mídia, senão estaremos caindo na mesma cilada da ditadura do cabelo liso, mas que seja uma decisão particular”. E finaliza: “Tenha amor próprio, ame seu cabelo”.

Dicas

A Bellas lhe dá algumas dicas para que você passe pela transição capilar de uma maneira mais tranquila:

– Tenha paciência. Nos dias difíceis, lembre-se que a transição é apenas uma fase. Quando ela passar, o resultado vai ser maravilhoso! Este também é um período de autoconhecimento e aceitação;

– Procure relatos que ajudam a motivar. Com uma simples busca na internet, é possível encontrar uma infinidade de mulheres que encararam a transformação. Leia essas experiências e salve todas as informações possíveis;

– Mantenha hábitos saudáveis. Além da utilização de produtos apropriados para cada fase, a alimentação também influencia na saúde capilar. Ingerir todos os nutrientes necessários é tão importante quanto cuidar dos fios externamente;

– Abuse das texturizações. Existem inúmeras técnicas para estilizar a parte que ainda está alisada, como coquinhos, twists (entrelaçar duas mechas de cabelo, da raiz às pontas), bigudins, tranças, entre outras;

– Aposte nos acessórios. Faixas, turbantes, lenços, tiaras e bandanas são bem-vindos nesse período;

– Mude o foco. Se ainda não está se sentindo à vontade com o cabelo, invista na maquiagem, no look e, principalmente, no sorriso! Lembre-se de que não somos só um cabelo. Somos lindas como um todo.

Vitalmed lança serviço home care em Ilhéus


A partir de agora, moradores de Ilhéus e Itabuna podem contar com um serviço médico humanizado, disponível 24 horas, com toda infraestrutura necessária e, o melhor, no conforto de casa. Isso é possível porque o Grupo Vitalmed lançou na terça feira(13) em Ilhéus, o serviço Vitalcare. Dentre as autoridades presentes no evento, realizado no bairro Iguape, destacam-se a presença do vice-prefeito do município, José Nazal que representou o Prefeito Mário Alexandre, e da Secretária de Saúde, Elizângela Oliveira.
Conheça um pouco a Vital Care
No atendimento home care são disponibilizadas visitas de uma equipe multiprofissional, equipamentos para monitoramento, medicamentos e materiais médicos, conforme a necessidade do paciente. Para as intercorrências clínicas, ambulâncias estarão a postos para dar o suporte necessário. Dentre os benefícios do serviço, a gerente médica do Vitalcare, Cláudia Dórea, relata os principais: “favorecimento do processo de recuperação do paciente, personalização do atendimento, diminuição dos riscos de complicações clínicas por infecções e redução das reinternações”.
A diretora do Grupo Vitalmed, Priscila Wiederkehr, informa que “a expectativa é que a empresa se consolide no mercado de atendimento domiciliar na região Sul Baiano, oferecendo o mesmo padrão de excelência e compromisso que já proporciona aos clientes de Salvador, Região Metropolitana e Feira de Santana, onde a empresa já atua”.
Vitalmed
Com a missão de salvar vidas, preservar e promover a saúde, a Vitalmed, empresa privada, agora chega a Ilhéus e Itabuna com o mesmo objetivo. Na trajetória de sucesso no estado baiano, mais de 1,8 milhão de atendimentos foram realizados, através dos serviços de atendimento pré-hospitalar, assistência médica em postos de atendimento em hotéis, resorts e eventos, além de resgate em rodovias e atenção domiciliar, através do Vitalcare.

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Dra. Claudia Dorea (gerent. Médica Vitalcare) a jornalista Cátia Gomes, Priscila Wiederkehr (Dir. do grupo Vitalmed)

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É proibido dar a luz em Fernando de Noronha  


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Tão famosa por defender a vida de tartarugas, golfinhos e outros animais, a ilha proíbe, desde 2004, o nascimento do ser humano, colocando em risco de extinção essa espécie tão rara, a única população de ilha oceânica do país. A decisão é uma diretriz da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco e foi estabelecida depois que uma mulher precisou ser transferida com urgência para Recife com um salve aéreo – uma operação que pode custar até R$ 35 mil. “A gente sabe da demanda de as mulheres voltarem a ter parto na ilha, mas precisamos atender todos os requisitos para isso acontecer”, afirma o administrador geral do distrito de Noronha, Luís Eduardo Antunes, 49, indicado para o cargo pelo governador pernambucano, Paulo Câmara. “Fizemos um projeto para criar uma casa de parto, mas existe uma norma do Ministério da Saúde que estabelece que toda casa de parto tem que estar a 500 metros de um hospital de alta complexidade, o que não é o caso do hospital São Lucas. Na possibilidade de uma complicação, se formos depender de um resgate aéreo que pode demorar três horas, colocamos em risco a vida da parturiente e do bebê.” Segundo Luís Eduardo, o custo para adaptar o hospital ou construir uma maternidade é “altíssimo”: em torno de R$ 3 a 4 milhões para uma demanda de “26, 27 partos por ano”. Mães lutam para ter hospitais e terem o direito de, finalmente, darem a luz em Noronha.

Prado: refúgio que abriga a primeira praia do Brasil


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A Barra do Cahy é apontada como a primeira praia do Brasil (Fotos: Ronny Santana)

Por Celina Santos
Um lugar bucólico onde a beleza caminha de braços dados com a tranquilidade; a cultura é preservada em forma de inúmeras manifestações; os sabores bem locais são uma verdadeira intimação para os visitantes voltarem. Estamos falando de Prado, município de 36 mil habitantes, no extremo-sul, a 206 km de Porto Seguro.
Não bastasse o cenário paradisíaco, um detalhe recentemente reconhecido aguça a curiosidade rumo àquele pedacinho da Bahia: Os 84 km de litoral incluem a Barra do Cahy, a primeira praia do Brasil. Com tantos atrativos, a charmosa cidade pode ser um refúgio no outono, no inverno, enfim, ali está um convite perfeito em qualquer época do ano.
O diretor de Cultura da cidade, Eujácio Muniz, demonstra exata noção do quanto é possível brindar os turistas com opções de diversão. É o caso, por exemplo, do projeto Pôr do Sol, que oferece música num espaço onde é possível apreciar a paisagem em um dos momentos mais bonitos do dia. Resultado: ali está um dos “points” para quem visita Prado.
Praia e gastronomia

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Os 84 km de praias em Prado são um irresistível convite aos visitantes

As praias e seus encantos vão de Corumbau, Cumuruxatiba, das Ostras, do Centro, do Coqueiral e Novo Prado até Barra do Cahy. Essa última, conforme pesquisas a partir da carta de Pero Vaz de Caminha, teria sido o primeiro lugar em que os descobridores portugueses aportaram em terras brasileiras.
“Geograficamente, os portugueses avistaram o Monte Abrolhos; navegando pelo vento do Sudeste, avistaram um monte alto e redondo, batizado como Monte Pascoal. Esse monte só pode ser avistado se estiver na linha de Prado, no mar. Não tem como avistar o Monte Pascoal estando em Porto Seguro”, argumentou Muniz.
E completou, ainda mencionando a carta de Caminha: “Eles estavam falando de Prado e quem colocou esse nome Barra do Cahy foram eles mesmos. Colocou esse nome porque vinham caindo na boca de uma barra. Daí eles ancoraram e avistaram os índios, com os quais trocaram presentes. Como a praia era agitada, foram atrás de um ancoradouro seguro – Porto Seguro”.
De acordo com o diretor, a visitação já aumentou desde que foi fincado o “Marco do Descobrimento” na Barra do Cahy, como forma de reconhecimento por estar ali a primeira praia do Brasil.
Para não deixar de falar nos sabores só encontrados em Prado, devemos registrar que por lá tem bobó de São Benedito, moqueca de lagosta e moqueca de badejo. Estão servidos?

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Eujácio Muniz, Diretor de Cultura de Prado

Silmara Oliveira assume a presidencia da Academia de Letras de Itabuna


 

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A Academia de Letras de Itabuna (Alita) já está sendo presidida pela educadora Silmara Oliveira. Natural de Itajuípe, ela é mestre em Cultura e Turismo e tem um extenso trabalho de pesquisa sobre a obra do saudoso escritor Adonias Filho – conterrâneo dela e patrono da referida instituição. A posse, como não poderia ser diferente, foi programada para ocorrer na terra natal de Silmara e Adonias.

Na Câmara de Vereadores, sob as bênçãos do amor à literatura, também foi empossada a nova diretoria, para o biênio 2017/2018. Silmara dará continuidade ao trabalho da juíza Sônia Maron, também nascida em Itajuípe, que presidiu a Academia nos dois últimos mandatos.

Ela proferiu um discurso emocionando ao transmitir o cargo e assim concluiu, em tom de esperança: “Acreditando em nosso amanhã e exorcizando o pessimismo e a crítica destrutiva, afirmamos que o futuro não é oferecido de antemão e cabe a todos nós recriá-lo a todo momento. Estaremos ao seu lado, Silmara, recriando o futuro, para que possamos atrair os jovens que irão continuar nossa tarefa e aprender a sonhar os nossos sonhos.”

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Um dia de brincadeiras e festa para crianças em Ilhéus    


Cerca de 1.500 crianças das escolas municipais da sede e do interior de Ilhéus, participaram no sábado (27) do encerramento da Semana Mundial do Brincar, idealizada pela ONG Aliança pela Infância e que, no âmbito local, contou com a parceria da Secretaria Municipal de Educação. Devido às chuvas que caíram sobre a cidade durante toda a manhã, as interações que aconteceriam nas praças públicas foram transferidas para o Teatro Municipal.

Alunos da educação infantil da rede municipal de ensino contaram com o auxílio do transporte escolar para participarem do evento. Os ônibus não pararam de chegar de todos os cantos da cidade. “É uma oportunidade de um dia diferente, de brincadeiras e de descobertas sobre o saber partilhar com os colegas”, destacou a dona-de-casa Mariângela Oliveira, mãe da pequena Rebeca, estudante do IME.

Musicoterapia, dança, desenho, contação de estórias e pintura facial. Roda de capoeira, zumba infantil, brincadeiras folclóricas. Na Ecoteca, montada em parceria com a Coelba, na praça Dom Eduardo, o espaço lotado dava a dimensão a satisfação dos pequenos.

A programação da Semana Mundial do Brincar teve início dia 21 nas escolas, com manhãs e tardes marcadas por brincadeiras, atividades livres, artes plásticas, danças, leituras, palestras e ciclos de debates. Ilhéus é uma das cidades contempladas com o projeto, cujo objetivo principal é resgatar as brincadeiras que evidenciam experiências lúdicas e dão às crianças seu lugar no tempo.

A ideia é “preservar a infância que, muitas vezes é perdida pela interferência tecnológica e digital da sociedade atual”, afirma a secretária de Educação, Eliane Oliveira. A Semana Mundial do Brincar acontece em mais de 15 países. O tema deste ano foi “O Brincar que Encanta o Tempo”.

O projeto ainda contou com apoio de estagiários da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) e da UNOPAR, de animadores de festas infantis da cidade, do Soró, que forneceu pipocas, do Sesi e Coelba, que incrementaram o evento com as atrações da Ecoteca. Cerca de 80 profissionais estiveram envolvidos.

Noite de muita criatividade na festa do Delux Fantasy


O Clube Cidadelle foi o local escolhido pela B&A Assessoria a Eventos, de Betânia Macedo e Angela Muniz, para a primeira edição da Delux Fantasy, no último dia 7 de abril. Foi um sucesso! O evento contou com a participação de um público bonito e animado, que atendeu à proposta e se fantasiou para uma noite de muito glamour.

Piratas, policiais, odaliscas, deusas gregas, roqueiros, personagens da Liga da Justiça, todos foram embalados pela DJ Justine K, as bandas Caput Rock e Via de Acesso. A cerimonialista Sonia Borges assinou a ambientação do espaço usando flores e peças decorativas no tema da noite, bem como o impecável buffet de comidas árabes.

A Delux Fantasy contou com patrocínio da Rota Transportes, Gabriela FM, Dr. Leonardo Albuquerque, CAMI, VOX, Deluí Centro de Beleza, Jardim Atlântico, Carmen Steffens, Lupo, Divina, Arrazze, Outplack mídia exterior. Imagens e filmagens com Alex Freire.

 

Líder religiosa em Ilhéus, Dona Carmozina completa 100 anos


A umbandista Carmozina Mota Santos (Foto Maurício Maron)
Foto: Maurício Maron

A umbandista Carmosina Mota de Souza Santos, uma das lideranças religiosas da cidade de Ilhéus, residente na rua Severino Vieira, 475, bairro do Malhado, completou, no dia 16 de abril, um século de vida. Ela chega aos 100 anos com muito vigor, voz possante e com uma memória invejável, relata fatos com riqueza de detalhes e conversa com muita clareza sobre lugares que compõem a sua história de vida.

Na sua rotina diária, levanta-se às cinco da manhã e, logo depois, toma um chazinho de ervas naturais e ingere um comprimido para a pressão alta. Em seguida, lá para às 10 horas, bebe um cafezinho com leite, sempre acompanhado de farofa de carne-seca com banana da terra ou aipim. O charque é condição para comer o feijão todos os dias, deixando claro que na sua alimentação, pimenta, pimentão e jiló não entram.

A sua casa é perfumada com incenso duas vezes ao dia e na sua sala estão expostos seus retratos em festas culturais, com as vestes religiosas e também ao lado de diversos políticos. Conta que ACM era “amigão” e que sempre ia recebê-lo no Aeroporto quando vinha a Ilhéus. Há uma foto ao lado do babalorixá Pedro Farias, que foi uma referência do candomblé em Ilhéus, e de outros companheiros de trabalho espírita.

Entre as condecorações, estão o título de Cidadã Ilheense, um certificado da Federação Nacional de Umbanda e uma recente homenagem recebida na Delegacia da Mulher. Mãe Carmozina é daquelas que ainda vai às urnas para escolher os governantes e, diga-se de passagem, está sempre a atrair políticos em seu entorno, talvez por conta de sua força religiosa e do grande número de seguidores. E com simpatia diz: “Eu voto de ousada”.

Seja numa comemoração cívica, como o desfile de 7 de Setembro, ou numa festa popular, como o Carnaval, o seu lugar é sempre no palanque oficial das autoridades. E com suas baianas vestidas de branco e portando vasos de flores e água de cheiro, participa, há 32 anos, da lavagem da Catedral de São Sebastião e há 15 anos comanda os festejos de Iemanjá na cidade.

Origem – A filha dos índios Alvina da Mota Santos e Cândido José de Souza, nasceu no povoado de Caldeirão, atual município de Itaquara, e foi criada pela família de Joaquim Gavião, em Jaguaquara. Aos 13 anos, foi entregue de volta à Dona Alvina.

Carmozina e sua mãe vieram a pé de Jequié para Água Preta (então distrito de Ilhéus e hoje Uruçuca) numa viagem que durou 22 dias. Ela reflete: “Minha mãe nunca entrou (subiu) numa embarcação (referindo-se aos meios de transporte, inclusive animais). Nessa viagem, quando dava quatro, cinco horas, ela encostava em qualquer lugar que tinha família e passava a noite, e no outro dia de manhã me botava na frente para andar. Naquele tempo, não existia o asfalto, o que existia era barro”. No percurso, a novidade que viu foram tachos enormes no fogo, com homens mexendo pedras pretas e derramando um caldo preto sobre a estrada de barro, que entendeu mais tarde ser o asfalto. “Minha mãe, índia, não suportava aquilo, achava tudo ignorância”, acrescenta.

Em Água Preta, na casa de sua irmã, chegou a trabalhar em roça de cacau para se manter. “Eu não conhecia cacau, eu conhecia café”, sentencia. Casou-se aos 17 anos com Anibal Evangelista Santos, que trabalhava na “Estrada de Ferro”, e foi morar na Rua do Soca Braço (atual Rua Evandro Magalhães), onde nasceram os filhos Crispim, que é funcionário da Polícia Civil, e Maria José, falecida há oito anos.

Ao chegar para Ilhéus, na década de 50, o casal se estabeleceu no Malhado de baixo, e em seguida, mudou-se para o Malhado de cima. “Morávamos no Alto do Amparo, nome que coloquei e permanece até hoje. Fui a primeira moradora de lá, fiz a primeira casa do local, em terreno doado pelo prefeito Pedro Catalão, uma casa de palha, rodeada de zinco, onde criei meus filhos. Lá nasceram José Carlos e Maria Conceição”, afirma.

Conta com entusiasmo que foi lavadeira de ganho. Lavou roupas para diversas famílias influentes da cidade, do Dr. Ernani Sá, Coronel Sinhô, Conceição Lopes, Alice Patury, Sá Barreto e de Tonico Bastos. Ela explica que lavava e gomava, e o ferro de passar era à brasa, acionado por um fole. “Fazia goma com parafina para botar nas camisas para ficar bem brilhando. As calças tinham que ser enfestadas (vincadas na frente). Quem não tivesse um terno de linho, não era gente”, lembra.

Também foi feirante. Atuou com barraca na feira do Unhão, hoje Avenida 2 de Julho, onde vendia café e mingau. Não só na feira do Unhão, como também no tamarindeiro do Malhado. “Fui a primeira a se instalar ali, para esperar o trem de ferro passar e vender aos passageiros doses de cachaça, com folhas de capim santo, erva-cidreira e temperada de mulher parida, mingau e mungunzá”. O único transporte que tinha, do Malhado ao Centro, caindo aos pedações, era o ônibus de Zé Ribeiro. “Lembro-me da rodoviária daqui, na Rua do Dendê, na Rua Tiradentes. Lembro da Sulba e da São Jorge. A Sulba quebrava não sei quantas vezes daqui para Itabuna.

E acrescenta que “a cadeia de Ilhéus ficava em frente à Ceplac, ali quem vai para o Pontal, onde ficavam os melhorzinhos. Quando a gente passava, os presos estavam sempre olhando a rua, lá do alto das grades, e desciam as latinhas amarradas num cordão pra gente colocar dinheiro, uma banana, um pão. E os bravos ficavam em Itacaré, com a cadeia na beira d´água.”.

Outra máxima que eu alcancei: “Naquela época, “mulher solteira” não saia na rua, só saía depois de 10 horas (22horas), tinha horário para sair, somente depois que as casadas e as moças se recolhiam, então, a rua ficava pública. Hoje em dia ninguém sabe quem é mulher-dama, quem é moça, ninguém sabe o que é casada, está tudo uma farofa só.”

A Religião

Mãe Carmozina explica que começou a trabalhar com a força espiritual depois de muito sofrimento, “porque eu carrego a força espírita desde menina. Para não sofrer, abandonei o catolicismo e entrei na lei cristã. Sofri muito!. Já fui muda, paralítica, asmática e já me levaram amarrada em cima de um caminhão para Nazaré das Farinhas. Tudo isso eu já passei até aceitar o espiritismo.

Relata que na Avenida Itabuna, na igreja Assembleia de Deus, uma vez ficou perturbada e quando se deu conta, estava uma bagaceira. “Já fui operada invisível de um tumor na barriga, com todos preocupados na mesa de operação. Aí veio um médico espírita de Salvador, olhou para mim e disse aos outros médicos: “não opere essa mulher que ela morre na sua mão. Essa mulher é espírita”. Eu saí me maldizendo: se fosse rica todo mundo me operava. Depois, quando voltei para casa, não senti mais nada.”, enfatiza. E justifica que, por isso, fez caridade durante sete anos, oferecendo consulta sem cobrar um centavo. Depois de sete anos, foi liberada pelo seu guia espiritual para cobrar valores pequenos porque sua missão é fazer caridade.

A umbandista conta que soube, através dos filhos de santo, que seu guia chamou o seu marido e o advertiu para que ele não mais encostasse em sua cama. Para continuar com a força espiritual, ela renunciou ao sexo e permitiu que o esposo tivesse uma relação extraconjugal, que resultou em cinco filhos. “Tudo para ter o direito de trabalhar com resultados e evitar sofrimento”, explica.

Hoje, Carmozina possui 48 netos, 56 bisnetos e 20 tataranetos, incluindo os filhos do marido também por ela criados, além de uma quantidade grande de filhos de santo, espalhados em outras cidades da Bahia e outros estados, e até na Suíça e Estados Unidos.

Com respeito à crença, ela diz: “não uso pintura, não pinto unha, não corto o cabelo. Não aguentei mais sofrer, entreguei a mão à palmatória. Tinha que cumprir essa missão”. O seu terreiro de umbanda Sultão das Matas está localizado ao lado da residência, mas há uma comunicação ao fundo, e no Peji, há imagens em louça, resina e gesso, de orixás, de santos da Igreja Católica e de caboclos. Os atabaques tocam de 15 em 15 dias e toda sexta-feira há sessão mediúnica.

Sincretismo

Embora umbandista, a relação com outros cultores de terreiros de candomblé é a melhor possível. “Valtinho, Toinha, Nildinha, Ilza, Jecy, Nangancy, Laura somos todos amigos, agora a divisão das obrigações, cada qual no seu cada qual”, lembra.

A sacerdotisa umbandista frequenta a igreja católica do bairro onde reside, fala em Deus o tempo todo e vai sempre à missa da Misericórdia, no centro da cidade. Com orgulho, diz que Dom Mauro, bispo da Diocese de Ilhéus, é seu amigo e que já esteve na sua residência. Faz distinção também ao Padre Miro, que a visita sempre e é quem celebra a missa do seu aniversário. O Padre João é outro carinhosamente citado entre as autoridades do clero.

Além do terreiro de umbanda, a família Carmozina possui um terreiro de candomblé, dirigido por sua filha, Conceição, localizado na Avenida Esperança, em terreno doado pelo prefeito Antonio Olímpio. Além do ex-prefeito Antonio Olímpio, Carmozina cita em suas conversas o ex-prefeito Ariston Cardoso, a senadora Lídice da Mata, e disse que falou tanto com Jabes Ribeiro para que ele fechasse o canal em frente à Central de Abastecimento, sem êxito, mas que já conversou sobre o assunto com o prefeito atual Marão, a quem chama de Barão. E finalizou dizendo “Não posso deixar de fazer uma caridade, bateu a minha porta eu dou comida ou conforto espiritual.”.

 

Outono/Inverno: Do azul do mar à sensualidade do vermelho, a ordem é ousar


2“…Ver na vida algum motivo pra sonhar. Ter um sonho todo azul. Azul da cor do mar…”. Essa música do saudoso Tim Maia bem que poderia ser o “hit” da moda no que diz respeito às novas tendências outono-inverno 2017. Quer arrasar nessa temporada? Então, o primeiro passo é acabar com o paradigma de que azul é “cor de menino” e apostar nos tons claros, escuros e até brilhantes.

Afinal, foram essas tonalidades que “desfilaram” em destaque nas passarelas da moda. E vamos combinar: já tinha passado da hora de a moda vir com leveza, trazendo um pouco de frescor e até luminosidade nas estações mais frias e cinzentas do ano.

Aquela ideia de que só podemos usar roupas escuras no outono-inverno ficou no passado ou, quem sabe, para os próximos anos, porque em 2017 você poderá abusar das tonalidades mais claras e ainda “passear” por aí com o violeta azulado. É uma mistura destes dois tons, para oferecer uma imagem leve e serena, como o mar, em dias de calmaria.

A cor da ousadia

Essa tonalidade é muito similar à influência da paleta de azuis, mas com um ligeiro toque que tende para o violeta. E mais: ainda é perfeita para combinar com cores mais vivas, como o púrpura, o vermelho, o vinho, entre outras. As cores vibrantes, como o vermelho, também estarão em alta no inverno.

As pessoas que gostam de realçar a beleza e potencializar sua personalidade vão poder ousar investindo na cor do “pecado”. E nada de pensar que essa tonalidade só será bem-vinda nos eventos formais. Esqueça! A ideia é inovar e nada mais perfeito que um modelito vermelho nos encontros informais.

Agora, diga aí, as próximas estações não estão com ar de ousadia? Isso é porque você ainda não sabe que o tom de grená, um rosa mais empoeirado, também emplacou nas passarelas e caiu no gosto dos estilistas. O grená consegue ressaltar a parte feminina, além de dar uma aparência retrô, que está mais na moda do que se imagina.

Já deu para perceber que ficar “fashion” no outono-inverno deste ano não será uma tarefa difícil. Pode ir tirando do guarda-roupa as peças guardadas da estação mais quente do ano, e entrar de cabeça, combinando cores e estilos.

E o cinza, que vem da temporada passada, continua com seu lugar garantido nas passarelas do bom gosto! O tom é sofisticado, contemporâneo e nunca sai de moda. Além disso, você pode dar o seu toque pessoal, adicionando algum detalhe de cor (pode ser na roupa ou na sua maquiagem). Se quiser customizar, está valendo. Mas sem exageros!

 Discrição e elegância

Pensa que já acabou? Conhece a warm taupe? Ela reúne diferentes tonalidades entre as cores terra, como o bege e o marrom, por exemplo. Os tons não têm um brilho excessivo, desta forma conseguirá um estilo neutro e elegante.

Quer ousar mais ainda e dar uma passadinha pela moda retrô dos anos 70 e 80? Então, aposte na cor mostarda. Pode misturar? Claro! Pode optar por um total look ou misturá-lo com cores da temporada, como o azul, o violeta, o cinza. Atreva-se!

O violeta também está na moda neste outono/inverno 2017. É uma cor perfeita para combinar com tons mais neutros, como cinzas, marrons ou pretos. Também é ideal para quem quer um look mais vivo e chamativo. Basta misturá-lo com vermelhos, rosas intensos, entre outros da mesma “família”.

Pelo jeito, o que vai ditar a regra mesmo nas próximas estações é a personalidade de cada um. Veja o que vem pela frente e tire suas próprias conclusões. A cor verde (isso mesmo!) é umas das tendências mais chamativas e diferentes desta temporada. O tom, que não costuma fazer parte dos looks, este ano ganhou espaço. O que vai estar mais na moda é uma tonalidade viva e cheia de luz, que dará um extra de intensidade e brilho ao seu visual.

Quanto aos estilos, os mais cotados para próxima temporada são: Puffer Jackets, sobreposição de vestido e t-shirt, gola alta, tendência militar.

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Cores fortes e marcantes também nas maquiagens

Para completar o look perfeito, não podemos esquecer a maquiagem e os desfiles de moda já ditaram as próximas tendências nesse quesito. O nude, queridinho das temporadas anteriores, ficará um pouco para trás esse ano. Assim como nas roupas, a ousadia chega com tudo também nas maquiagens.

Uma das tendências para esse outono-inverno 2017, por exemplo, é a sombra bronze. Supersofisticado e elegante, esse tom vai permitir um pouco de brilho às suas produções de inverno. Os smokey eyes estão com tudo. Esse tipo de make proporciona um efeito escuro e esfumaçado, dando um ar de mistério e glamour. Mas vale prestar atenção nessa dica: ao optar pelos smokeys eyes nos olhos, procure usar um batom mais natural e discreto possível.

E por falar em batons, as tendências outono/inverno 2017 são os tons escuros e fortes. Desde o tom ameixa ao preto, essas são as cores que triunfarão na temporada. No entanto, é preciso ter cautela. Assim como no caso dos olhos pretos e boca natural, os lábios pintados de cores mais “poderosas” exigem olhos simples e discretos. E nunca esqueça: quando se trata de maquiagem, equilibrar as cores nunca é demais.

“Amor Animal”: fotógrafos usam talento para espalhar solidariedade


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Por Evellin Portugal

Fotógrafos e namorados, Maria Clara Fernandes e Rafael Rocha se juntaram numa ação que une talento e solidariedade. Intitulado “Amor Animal”, o projeto recém-criado oferece ensaios fotográficos a tutores com seus bichinhos de estimação, em troca de doações a organizações não governamentais voltadas para a causa animal

À Revista Bellas, Maria Clara contou que a iniciativa surgiu do desejo que ela tinha de ajudar alguma instituição dessa área. “Sempre tive vontade de trabalhar em uma ONG, até que nasceu o projeto Amor Animal. Eu queria usar o que está ao meu alcance, por menor que fosse o trabalho, para ajudar. Então, junto com meu namorado, decidi arrecadar doações e oferecer as fotografias gratuitamente. É uma forma de contribuir com o que temos e mostrar que outras pessoas também podem fazer o mesmo com o pouco que têm”, relatou.

Uma vez pronta a ideia, só faltava saber qual organização seria beneficiada com os donativos. Foi aí que o casal conheceu a APDA – Amigos e Protetores em Defesa dos Animais, sediada em Itabuna. “A pessoa responsável, Tatiana Dantas, passou todas as informações com o maior prazer. Ao longo das nossas conversas, resolvi me oferecer também para tirar fotos dos animais disponíveis para adoção, a fim de torná-los mais atrativos. É gratificante conhecer as histórias de superação de cada bichinho e as pessoas maravilhosas que dedicam seu tempo a eles”, revelou a fotógrafa.

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Corrente do bem

Maria Clara é de Ubatã e Rafael Rocha, de Buerarema. Estes municípios ainda não têm ONGs de proteção aos animais. A ideia, segundo a profissional, também é conhecer mais a fundo o trabalho das instituições de Itabuna e criar semelhantes nessas duas cidades.

Outro objetivo é beneficiar mais organizações através do “Amor Animal”, que tem conseguido uma grande adesão. “Muita gente já entrou em contato e marcou os ensaios. Os donativos são recolhidos no dia em que tiramos as fotos e a quantidade é de acordo com a boa vontade de cada um”, completou Maria Clara. Para convidar outras pessoas a participarem do projeto, ela citou uma frase do pensador e filósofo Confúcio: “Entre as pequenas coisas que não fazemos e as grandes que não podemos fazer, o perigo está em não tentarmos nenhuma”.

Para agendar as fotografias e fazer as doações, basta entrar em contato através do telefone (73) 98832-6192. Os produtos aceitos são os mais diversos: ração para cachorro e gato, patês, vitaminas, vermífugos, ataduras e materiais para curativos, luvas, mamadeiras para filhotes, medicamentos e sabonetes contra sarna, coleiras antipulgas, carrapatos e mosquitos, tapetes higiênicos, shampoo e medicamentos próprios para cães e gatos. As colaborações também podem ser feitas em dinheiro, através de depósitos na conta da APDA (AG 3792 | OP 013 | Poupança 4301-7 – Caixa Econômica).  Mais informações sobre a ONG podem ser obtidas através do telefone (73) 99139-5511.

 

Legendas:

1 – Rafael Rocha e Maria Clara Fernandes, idealizadores do projeto

2 – Estopa é um dos animais disponíveis para adoção na APDA