Por Evellin Portugal
Palhaços que podem ser considerados verdadeiros heróis, afinal, eles têm o superpoder de transformar tristeza em sorrisos. Assim são os voluntários da Operação Sorriso, que utiliza uma figura bem conhecida da criançada, para levar amor e alegria ao ambiente hospitalar.
O grupo, que tem como principal objetivo criar uma atmosfera mais leve e descontraída para pacientes, familiares e profissionais da área de Saúde, foi idealizado pelos amigos Cailan Barbosa, André Lucas, Bárbara Cruz, Bruno Bonfim, Gabriel Aquino e Matheus Araújo. As ações, iniciadas em 20 de maio de 2015, ocorrem sempre nas tardes de sábado.
Quase um ano depois de criada, a operação já conta com 18 voluntários, que desenvolvem um trabalho pautado na ética, solidariedade, respeito, humildade, isenção de preconceito e, principalmente, compromisso com o sorriso. São pessoas comuns, com pequenas ações, gerando grandes resultados.
Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Fonte mostrou que a atuação dos palhaços humanizadores tem resultados positivos para todos os lados. As crianças apresentam evidências clínicas de melhora, ficam mais à vontade com o ambiente hospitalar e mais colaborativas com os profissionais de Saúde. Enquanto isso, os familiares e acompanhantes ficam mais confiantes em relação à melhora das crianças e até passam a brincar mais com as elas.
Já os profissionais de Saúde começam a buscar novas formas de aproximação com os pequenos e a reconhecê-los mais como crianças do que como pacientes. Além disso, se sentem mais calmos e satisfeitos com o ambiente de trabalho.
Ações
Apesar da figura do palhaço ser mais voltada para crianças, a Operação Sorriso já visitou também os idosos do Abrigo São Francisco de Assis. Atualmente, está apenas no Hospital Manoel Novaes, mas, de acordo com um dos integrantes do grupo, Matheus Araújo, o objetivo é retomar as visitas aos abrigos a partir do mês de maio. “No ano passado, as atividades eram semanais, mas surgiram novos integrantes e decidimos fazer de forma quinzenal, provisoriamente, para melhor elaboração dos trabalhos. Temos o foco de retornar à forma semanal, com a divisão de dois grupos, e também abrir vagas para novos integrantes”, revela.
Ainda segundo Matheus, o trabalho é realizado apenas em Itabuna, mas já existem relatos de pessoas que viram fotografias nas redes sociais e estão tentando implantar um projeto parecido nas suas cidades.
Amor
Quem participa conta que fazer parte da Operação é encontrar a felicidade no sorriso do outro. “A cada sábado sou surpreendida. Sempre aprendo algo novo e é gratificante saber que o que fazemos é para o bem do próximo. Posso definir tudo isso em um único sentimento: amor. Amor por esse trabalho e por essa família da qual faço parte. Neste grupo, descobri que a felicidade é algo sublime e muito simples. Para ser feliz, só é preciso fazer o outro sorrir”, garante Bárbara Cruz.
Outra voluntária, Nay Santos, afirma que poder amenizar o sofrimento das pessoas é algo satisfatório. “Com a Operação Sorriso, tive a chance de fazer isso da forma mais linda possível: fazendo-as sorrirem. Com o trabalho do grupo, aprendi a dar importância às coisas que realmente valem a pena na vida. Este projeto me proporcionou amadurecimento. Hoje eu não vou lá apenas levar alegria e descontração, é algo recíproco. Sinto que não poderia ter encontrado forma melhor de ajudar alguém”, conta.
Já Cailan Barbosa garante que sorrir sempre foi o melhor remédio. “Muitas vezes não temos noção do quanto uma atitude pode mudar uma vida; uma não, várias. Sabemos que ter fé e esperança é fundamental, mas o sorriso, em certos momentos, pode ser a cura para a solidão e a tristeza de estar num hospital”.
Cailan, que é um dos fundadores do grupo, conta que desde o início foi invadido por um sentimento para o qual não há definição. “É inexplicável. Nunca pensei que poderia me vestir de palhaço e ainda fazer as pessoas sorrirem. Quem me conhece sabe que sempre fui sério, mas posso dizer, de coração, que não sou mais o mesmo que era quando entrei no projeto. A alegria, os abraços, o carinho, os pequenos gestos das enfermeiras, dos acompanhantes e, principalmente, o sorriso das crianças mudaram a minha maneira de ser e de olhar o mundo”, analisa.
E esses sorrisos, segundo o voluntário, são como uma “injeção de ânimo”, pois dão alegria e vontade de seguir em frente. “Aparentemente, uma peruca, um nariz vermelho e uma roupa engraçada são coisas simples. Mas eu descobri que elas podem fazer a diferença na vida de outros e, principalmente, na minha”, completa Cailan.
Como participar
Os únicos requisitos para quem deseja fazer parte da Operação Sorriso são boa vontade e tempo disponível para visitas. A seleção para novos voluntários está prevista para acontecer em maio. Os interessados devem entrar em contato através da página no Facebook (www.facebook.com/operacao.sorriso.5) ou, se conhecer, falar diretamente com alguém da equipe.
Os novos integrantes passam por um treinamento que dura dois sábados. No primeiro, conhecem o projeto e as instalações do Hospital Manoel Novaes. Já no segundo, observam o trabalho dos membros. A partir daí, já estão prontos para fazer a alegria do pessoal.
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