Fim do La Luna deixa Henrique Sampaio em novos caminhos


Texto Valdenor Ferreira

Como toda pessoa, uma empresa nasce, cresce e morre, não é mesmo? São, portanto, ciclos de uma vida geralmente cheia de erros e acertos; de sonhos e realidade. Assim aconteceu com o luxuoso La Luna, salão de beleza que, com eficiência, cumpriu sua missão em Itabuna.

Com um trabalho de excelência, o La Luna passou, como pessoa jurídica, por essas três fases de sua existência. Nasceu há 12 anos no Jardim Vitória, onde cresceu e lá mesmo encerrou suas atividades. Infelizmente de forma precoce, ainda a caminho da adolescência.

Foi-se o La Luna, mas ficaram destacados talentos profissionais que por lá passaram. Um deles é o cabeleireiro Henrique Sampaio, que tem um currículo rico de certificados, fruto de aperfeiçoamentos no Brasil e também distante daqui, em outros países como Itália e Espanha.

Henrique Sampaio. Fotos: arquivo pessoal

DEDICAÇÃO

No La Luna, Henrique mostrou versatilidade não só como cabeleireiro, mas também como maquiador. E ainda lhe sobrava tempo para administrar o salão. Assim, o La Luna se desenvolveu até o dia do adeus, depois de bons momentos de glamour e sucesso entre seus clientes.

Alguém há de perguntar: por que o La Luna fechou? Em contato com a Bellas, Henrique disse que o espanhol Francesco Javier Miranda Ruiz, investidor do projeto, assim o quis. Vale lembrar que Javier, nos primeiros anos do salão, convivia com uma irmã do cabeleireiro.

“Tenho muito a agradecer a Javier, por ele ter ajudado muito a minha família”, reconheceu Henrique. Como boa lembrança, o profissional cita o momento em que o projeto La Luna começou a ser construído. Foi num encontro entre ele, a irmã Patrícia e Javier.

O local dessa reunião de negócios, um casario do século XVlll — informa Henrique — nunca sairá de seu pensamento, tal a importância histórica dali. O espaço, no Norte da Espanha, é frequentado pela alta burguesia europeia. “E eu estava lá, morram de inveja!”, exclamou Henrique, entre risadas.

NOVO TEMPO

Nada melhor do que buscar novos caminhos, novas alternativas. E assim segue a vida de Henrique Sampaio, desta vez num salão outrora seu concorrente: De Luí, que nasceu da ideia do casal de empresários Luiz Amaral e Ramilli Kruschewsky.

Em se tratando de qualidade, não é demais dizer que Henrique, em novo voo, aterrissou com o seu talento no lugar certo. “Meu trabalho é vip”, declarou ele ao justificar seu reforço na equipe de profissionais do De Luí.

O cabeleireiro fez questão de destacar que o vip por ele citado é apenas para lembrar sua rotina de formação continuada, que o deixa em condições de “atender a qualquer pessoa”.

Ainda na entrevista a Bellas, Henrique Sampaio não agradeceu apenas a seu ex-cunhado Javier. Nos apresentou uma relação enorme de gente, e pediu que ela fosse publicada. Mas, como a lista era realmente grande, ele entendeu o nosso elegante e educado não.

Henrique fora do La Luna, mas dentro do De Luí. Mudanças assim dão um tempero especial à caminhada de qualquer profissional. Ainda mais em se tratando de Henrique, que, como ele mesmo diz, está sempre disposto a trabalhar e, mais do que isso, agradecer.

Ela puxou rabo de boi, mas fez sucesso também nas passarelas


Texto Valdenor Ferreira


Teve choro, além de muitas risadas e revelações. Enfim, teve de tudo! Não poderia ter sido mais divertida a live em que Elisandra Curvelo, da Cia de Eventos, caiu na sabatina em uma roda de conversa com amigas. Uma delas, Flávia Ramos, empresária de Salvador, que a convidou para o encontro. Rolaram coisas do “arco da velha”, e nada ficou sem resposta.

Elisandra Curvelo. Fotos: arquivo pessoal

Com seu jeito descontraído, Elisandra foi saudosista ao lembrar da habilidade que tem com cavalos. E confessou que chegou até a ganhar dinheiro como amazona. Entre uma risada e outra, a empresária narrou a experiência de puxar rabo de boi e disputar provas em rodeios.

Foi assim, disputando prêmios de vaquejada em vaquejada, que ela conseguiu os primeiros recursos para tocar a vida. E tudo começou muito cedo. Com 15 anos, emancipada pelos pais e com o dinheiro que juntou das vaquejadas, Elisandra deixou Jacareci (distrito de Camacan) e foi morar em Itabuna.

Deixou para trás, no lugar onde nasceu, uma vida de muita diversão, marcada pela aventura de cavalgar em busca de um sonho: trabalhar, ser reconhecida, ser feliz. Em Itabuna, Elisandra conseguiu tudo isso, a começar pelo trabalho.

Apesar da pouca idade, ela estreou no comércio, o que lhe permitiu a entrar no mundo da moda. Uma loja de roupas que montou na Paulino Vieira serviu também para aproximar a jovem empresária dos concursos de modelo, que lhe renderam bons resultados.

CONQUISTAS

As passarelas deram a Elisandra títulos de Miss Itabuna, Rainha da Primavera e Garota Coca-Cola, dentre outros. Este último concurso, organizado pelo saudoso colunista Charles Henri, foi o que mais fortaleceu sua carreira de modelo. E a menina de Jacareci (quem diria!) foi parar no Rio de Janeiro.

Lá, inebriada pelo frisson da moda, ela trabalhou durante dois anos em uma agência. De volta, trouxe na mala experiência de vida e o desejo de empreender. Primeiro, recém-formada em Educação Física, ela montou uma academia de ginástica, a Exit.

Depois, foi a vez da Cia de Eventos, empresa que até hoje alimenta em Elisandra essa entusiasta relação com o mundo das passarelas e da moda. É na Cia de Eventos, revela a empresária, que ela não somente forma novas modelos, novos modelo, mas também constrói boas amizades.

Na live, por exemplo, foi notada a participação de Aline Rosa. Isso mesmo! Aline, ex-vocalista da banda Cheiro. Para quem ainda não sabe, a artista, hoje em carreira solo, trabalhou com Elisandra na Cia de Eventos. Da mesma forma que Samara Batista e Dani Brugni, hoje igualmente profissionais de sucesso.

O bate-papo, iniciado perto da meia-noite de segunda-feira, 8, foi até o comecinho da madrugada. “Todo mundo ainda queria mais”, disse Elisandra ao mostrar sua satisfação em expor passagens significativas de sua vida. A live, portanto, lhe deu esta oportunidade.

Disse Elisandra que a live foi também o momento certo para fazer um agradecimento a Flávia Ramos. “Ela me deu um ombro amigo pra chorar quando perdi o meu marido”, lembrou a dona da Cia de Eventos, viúva há três anos.

Com o marido doente, Elisandra disse que passou um ano direto em Salvador. E foi lá que Flávia lhe deu assistência “no momento mais triste de minha vida’. A emoção, portanto, marcou o encerramento do encontro virtual, tão em moda nesses tempos de pandemia.

Teatro Popular de Ilhéus divulga programação de junho no Youtube


Cena de Romeu e Julieta, atração também online do Teatro Popular de Ilhéus

 Para manter uma programação cultural para o seu público durante o período de isolamento social causado pela pandemia do novo coronavírus, o Teatro Popular de Ilhéus criou o projeto TPIFLIX, com conteúdo semanal em seu canal no YouTube, convidando a todos a assistirem teatro sem sair de casa.

A página, que já possuía alguns vídeos de espetáculos na íntegra, documentários, trailers, entrevistas e cobertura de eventos, agora está disponibilizando materiais inéditos, produzidos pelo grupo de forma remota. E a programação do mês de junho possui 4 quadros periódicos que poderão ser conferidos pelo público através do link youtube.com/teatropopulardeilheus.

Nas três primeiras quintas-feiras do mês, ontem (04), 11 e 18, vai ao ar a peça “Romeu e Julieta”, uma versão interpretada por Vânia Nogueira e Gilberto Morais. Com três episódios, a obra conta a história de Romeu Montéquio, dedicado agrônomo por formação, e Julieta Capuleto, sábia astrônoma de profissão. Juntos, eles enfrentam a ira das desavenças de seus pais coronéis, inimigos jurados. A peça romântica, de classificação livre, é uma homenagem ao mês dos namorados.

Já às sextas-feiras continua acontecendo o quadro infantil “Recontando Histórias Populares”, que vem sendo postado desde o mês de abril. Interpretadas por Tânia Barbosa e com trilha sonora de Pablo Lisboa, as fábulas ganham versões com recursos especiais de filtros do instagram para dar vida aos personagens. Os vídeos têm classificação livre e traz importantes lições de moral.

 Vídeo, leitura e música

Quinzenalmente, até 20 de junho, o TPIFLIX posta vídeos e/ou músicas gravadas em 2013 durante o projeto “Sábado Sim” com bandas e artistas da nossa região. O projeto, que acontecia na Casa dos Artistas, antiga sede do Teatro Popular de Ilhéus, teve o intuito de valorizar e movimentar o cenário do rock ilheense e itabunense, e foi registrado pelo Núcleo de Audiovisual do TPI.

Por fim, aos domingos, Romualdo Lisboa continua montando o quadro “Letras de Nhoesembé: leituras de autores vivos de Ilhéus”. Com curadoria de Fabrício Brandão, editor da revista literária “Diversos Afins”, trata-se de uma tentativa de dar voz a uma geração de contistas, poetas e poetisas, romancistas, dramaturgos, escritores de diversos gêneros, que estão vivos, atuantes, escrevendo hoje, nesse contexto terrível de pandemia. Ilhéus possui uma cena muito produtiva no campo das letras.

A Academia de Letras de Ilhéus é um espaço de grandes escritores do passado, mas essencialmente de escritores do presente. Uma geração de literatos que para além de dialogar com os legados de Adonias Filho, Jorge Amado, Telmo Padilha, Hélio Pólvora, dentre tantos, constroem um novo caminho, um novo universo da literatura Grapiúna.

Venda antecipada

Além de seu conteúdo online, como forma de tentar custear a continuidade de sua manutenção e, especialmente, continuar pagando os salários sua equipe, o Teatro Popular de Ilhéus faz campanha para arrecadar recursos com venda antecipada de ingressos.

Está à venda um passaporte que dá direito a oito espetáculos que ocorrerão na Tenda quando as atividades forem restabelecidas. O valor do passaporte é de 80 reais, e é válido por um ano a partir da reabertura da programação para quaisquer eventos que venham a acontecer na Tenda durante esse prazo.

Para adquirir o passaporte, basta fazer um depósito identificado na conta do TPI e enviar o comprovante para o e-mail [email protected] ou para o whatsapp da instituição, no número (73) 98822-0057. O depósito deverá ser feito no Banco do Brasil, agência 3192-5, conta corrente 15598-5.

Para transferência entre bancos, a identificação é Teatro Popular de Ilhéus, CNPJ 05.348.041/0001-97. Ao enviar o comprovante, o comprador receberá um cartão digital com um QR Code que identifica a compra e garante a retirada dos ingressos quando as atividades da Tenda retornarem. Quem desejar comprar o passaporte para ajudar o grupo, mas não puder ir aos eventos, poderá optar por ter seus ingressos destinados a estudantes de escolas públicas.

Histórico de prêmios

Fundado em 1995 por Équio Reis (in memoriam), o grupo já produziu dezenas de espetáculos, tendo circulado em diversas cidades do Brasil, chegando também a se apresentar na Europa.

Em 2020 completa 25 anos de existência, cujas comemorações contarão com a publicação do livro “A vida é uma rima”, um ensaio biográfico do Teatro Popular de Ilhéus que está sendo escrito pelo crítico teatral e jornalista Valmir Santos. Além disso, antes da quarentena o grupo vinha se preparando para estrear o espetáculo “Sonho de uma noite de verão: ópera brega rock para acordar do pesadelo”, cuja estreia ainda não tem data.

O Teatro Popular de Ilhéus está localizado na avenida Soares Lopes, em Ilhéus, e é uma instituição cultural independente, atualmente mantida pelo programa de Ações Continuadas de Instituições Culturais – uma iniciativa da Secretaria de Cultura da Bahia com recursos do Fundo de Cultura do Estado da Bahia, mecanismo que custeia, total ou parcialmente, projetos estritamente culturais de iniciativa de pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado. Os projetos financiados pelo Fundo de Cultura são, preferencialmente, aqueles que apesar da importância do seu significado, sejam de baixo apelo mercadológico, o que dificulta a obtenção de patrocínio junto à iniciativa privada.

Cineasta itabunense pronto para brilhar nos Estados Unidos


Giovanni Costa Massa concluiu curso nos Estados Unidos e já está no mercado de trabalho

Texto: Celina Santos

Com diploma da Orange Coast College, na Califórnia, ou diante da Calçada da Fama, em Hollywood, o itabunense Giovanni Costa Massa exibe duas missões: contar histórias por meio da “telona” e a defesa da natureza do sul baiano. O profissional, de 26 anos, contou ao Diário Bahia sobre caminhos que pretende abraçar.

Giovanni é originalmente bacharel em Cinema e Audiovisual, pela Universidade Federal de Pelotas-RS; atualmente trabalha como editor de vídeos e colorista, nos Estados Unidos. Em 2019, ele fez um estágio em Hollywood num lote de gravações para canais de TV como a CW (que faz a série “Flash”) e onde foi gravado o filme que concorreu ao Oscar “A Rede Social”, e a série de TV “True Blood”. “Estar lá naquele espaço por alguns meses foi uma experiência incrível!”, descreve, emocionado.

Junto à “Calçada da Fama”, itabunense descreve período em Hollywood como “uma experiência incrível”

Dirigir para contribuir

O rapaz conta que já atuou em muitas áreas do mercado, desde a produção de vídeo e áudio à edição. Mesmo reconhecendo que já pensou em atuar e admitir que “leva jeito”, confessa que estar nos bastidores lhe desperta mais encanto. “Acredito que meu lugar e a minha paixão está mesmo atrás das telas, contando as histórias que precisam ser contadas, escrevendo e dirigindo para o cinema”, revela.

Além disso, conta o porquê da preferência dele no universo tão vasto do audiovisual. “Eu amo a narrativa visual e especialmente de que formas criativas podemos trabalhar com ela; espero ainda inspirar muitas pessoas com as histórias que tenho pra contar. Pois acredito que do mesmo jeito que diz o ditado ‘a arte imita a vida’, a arte das músicas, pinturas e filmes que assistimos também nos inspira a viver melhor e mais felizes”, filosofa.

Da imensidão que vem conhecendo – desde a teoria até a prática –, Giovanni acredita estar na direção e na narrativa visual o caminho para melhor contribuir com a sociedade. “Elaborando storyboards e criando uma densa simbologia visual para os filmes”, planeja, confessando ainda ter a natureza como uma segunda paixão. “As praias e Mata Atlântica da minha amada Bahia… Meu objetivo de vida seria poder proteger essas regiões ameaçadas do mundo e conscientizar as pessoas a amar e proteger a natureza da mesma forma”, completa.

Ao cinema brasileiro

Também perguntamos a Giovanni Massa que olhar ele tem sobre o cinema brasileiro, após a experiência em Hollywood, berço dessa arte no mundo. E ele chamou a atenção para o nível do que é produzido por aqui, inclusive frente às limitações financeiras enfrentadas.

“Eu acho que o cinema brasileiro tem uma qualidade artística e narrativa incrível, mesmo levando em conta a quantidade de produções americanas, que é tão maior. Ainda assim, conseguimos lançar filmes como Bacurau (2019) e Democracia em Vertigem (2019), que ganham reconhecimento mundial em Cannes [festival de cinema na França] e no Oscar. Se você pôr em perspectiva a quantidade de filmes produzidos no resto do mundo, essas são façanhas realmente fantásticas para uma indústria tão pequena quanto a brasileira”, avalia.

Ele pondera, também, que infelizmente a falta de apoio à indústria nacional nos últimos anos vai afetar muito a produção de cultura. “Mas esse é um país incrível com um povo extremamente criativo, portanto, em breve o Brasil se recuperará, tenho a certeza!”, afirma, esperançoso.

Deixa, ao final, uma mensagem que bem pode servir de inspiração à geração dele – e às demais também, é claro. “A educação foi essencial para mim; então, torço por um Brasil com escola acessível a todos e para um futuro novamente alinhado ao desenvolvimento sustentável e consciente!”.

Armário coletivo permite troca de livros para estudantes que farão Enem


Jurema Cintra, advogada

O projeto Armário Coletivo de Ilhéus completou sete meses com milhares de objetos compartilhados, entre livros, roupas, sapatos e até mudas de plantas. A ideia de dois moradores do bairro Pontal, com apoio institucional do Grupo de Amigos da Praia, partiu do conceito de Economia Circular e Compartilhada.

Diante da situação de incertezas em relação ao Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), em que diversos alunos não tem acesso à internet de alta velocidade, bibliotecas e colégios ainda fechados, sentiu-se a necessidade de instigar ainda mais a troca de livros e módulos escolares.

“Quantos estudantes terminaram o ensino médio em dezembro de 2019 e têm esse material bom e atualizado em casa? Revistas, livros literários também são bem vindos, estudantes de escolas públicas e particulares, que estudam com bolsas, ou que os pais perderam o emprego, estão em vulnerabilidade, e o compartilhamento pode ser este pontapé para mudarmos isso. Conhecimento precisa ser compartilhado de várias formas. Mas compartilhar é uma via de mão dupla, da mesma forma que você pode deixar o que quiser, pode pegar o que precisa, caso encontre”, convida a equipe responsável pelo projeto.

O Armário Coletivo está à disposição na Travessa do Bonfim, bairro Pontal

Lógica do compartilhar

A advogada Jurema Cintra, co-fundadora da ação, argumenta: “Compartilhamos carros particulares através de aplicativos famosos, compartilhamos imóveis e aluguéis por temporada também, o UBER e AirBNB são a grande prova de que a Economia Compartilhada é o presente e o futuro; precisamos desfrutar deste poder econômico, desta abundância”.

Ela explica que o Armário se baseia em três princípios:

deixe o que gostaria de receber;

– cuide do armário como se fosse seu;

– compartilhe o que quiser.

Ao seu dispor

Assim, através do compartilhamento de itens de segunda mão em perfeito estado para serem reutilizados, da auto-gestão e auto-responsabilidade, o armário fica numa calçada, ao ar livre por 24 horas, todos os dias. Basta procurar a Travessa do Bonfim, bairro Pontal, bem próxima a outra entrada do Colégio Militar.

“Neste momento de Pandemia e incertezas, o Armário continua sendo frequentado, muitas pessoas estão por mais tempo em casa, e percebendo o tanto de objetos que possuem e não usam. O Armário Coletivo visa gerar esta indagação: o USO não seria mais importante que a POSSE? Pra quê ter uma furadeira super cara quando precisamos apenas do furo na parede???”, acrescenta Jurema Cintra.

Outras informações podem ser obtidas no Instagram @armario_de_ilheus, pelos telefones (73) 99112-8849 ou e-mail [email protected]

Recomendação de Mariana Benedito: “Se desligue um pouco. Se desconecte”.


Por Mariana Benedito

(Texto publicado pela autora em sua coluna no Diário Bahia).

Estamos cada vez mais conectados neste mundão virtual. Agora, durante a época de pandemia, então! Até porque a internet se transformou numa das principais ferramentas para a gente manter contato e proximidade com quem a gente ama, para manter a produtividade e os trabalhos funcionando e para se informar sobre o que acontece em nosso país e no mundo.

Mas repare, meu caro leitor, um movimento que eu percebi do lado de cá é que o desejo de me manter conectada estava despertando em mim um certo medo de perder alguma informação. Um desconforto em não participar de todos os grupos de WhatsApp e perder alguma conversa, alguma resenha, alguma interação. Justamente! O fato de a interação estar sendo feita, em grande parte, pelo contato em grupos virtuais, estava me deixando ansiosa a estar conectada vinte e quatro horas por dia. Repare que loucura!

Vou contar um caso para você, amado leitor. Dê um gole aí em seu chá – porque eu não tomo café e quero apresentar o mundo dos chás para todo mundo. Pois bem. Eu fazia parte de um grupo de WhatsApp que já não estava mantendo o foco inicial, muitas pessoas haviam chegado e aquele clima de intimidade de antes não existia mais. As brincadeiras e resenhas estavam caminhando para uma vertente que eu não concordava, que ia de encontro aos meus valores e quis sair do grupo porque já não via mais sentido naquilo tudo. Era só sair. Sim, eu sei. Mas eu fiquei adiando este simples ato porque eu estava receosa de perder o que acontecia ali. Consegue ver o paradoxo? Muito embora já não fizesse sentido para mim, eu tinha medo de estar perdendo algo. Agora durma com uma zuada dessa?

Uma grande amiga minha, verdadeira irmã, Juliana Pinheiro, que é praticamente coautora de vários artigos desta coluna porque nossas conversas são cheias de reflexões, insights e trocas valiosíssimas – além de bobagens, devaneios e risadas que é para manter o equilíbrio, não é não? – me enviou essa semana uma postagem de uma influencer falando sobre um conceito que, até então, eu não conhecia. Ela falava sobre o FoMO, uma sigla em inglês para o medo de estar perdendo algo. Fez todo o sentido! Agora veja, você que me lê aí do outro lado, até que ponto o nosso desejo por participar da vida online, estar conectado ao mundo virtual está nos colocando dependentes dessa interação?

Quantas vezes ao longo do dia a gente checa o Instagram, o WhatsApp, o Facebook para não perder nada do que está rolando por lá? Quanto a gente tem ficado com os olhos grudados no celular para não perder nenhum Stories ou para registrar tudo o que a gente faz e não ficar deslocado, um estranho no ninho? Quanto a gente tem buscado saber de tudo por medo de que os outros estejam mais inteirados que nós e ficar de fora?

Meu amado ser, a gente vem conversando bastante sobre humanidade aqui nesta coluna. Sobre normalizar comportamentos, emoções e aspectos naturais do SER humano. Pois então, não é possível participar de tudo, acompanhar tudo, ver tudo que acontece, saber de tudo sobre tudo. É humanamente impossível. Lidemos com essa realidade, pequeno unicórnio. E, meu querido leitor, se alienar um pouco é necessário. Se distanciar do bombardeio de informações é necessário. Colocar o foco em outras atividades é necessário. A interação é importante e saudável durante este período – e sempre! – mas colocar toda a nossa energia nisso, pende a balança para um lado só e o que a gente busca é o equilíbrio nesta corda bamba da vida, não é mesmo?

Sem contar que colocar toda a nossa atenção na timeline do Instagram, nos sites de notícias, nas conversas do WhatsApp nos distancia da coisa mais importante dessa vida: nós mesmos. Buscar saber de tudo ocupa o tempo para a gente sentir o que acontece dentro. Buscar se manter informado e conectado o tempo todo evita que a gente entre em contato com o tesouro mais valioso: os nossos sentimentos, emoções e sensações. O que a gente gosta, o que nos faz bem, o que nos nutre e alimenta, o que é essencial para nós.

A alienação é necessária também. Ficar offline também é saudável. Manter a nossa saúde mental e emocional é fundamental. Dar pausas é essencial.

Se desligue um pouco. Se desconecte.

Faça pelo menos o teste. Se permita a experiência para ver o que passa aí dentro.


* Psicanalista em formação; MBA Executivo em Negócios; Pós-Graduada em Administração Mercadológica; Consultora de Projetos da AM3–Consultoria e Assessoria.

E-mail: [email protected]

Rotary arrecada donativos em Itabuna


José Camboim de Sá, presidente do Rotary; Suse Mayre Martins Moreira Azevedo, presidente do Gapa Itabuna e presidente do Conselho de Assistência Social, e Otoniel Oliveira Azevedo, membro do Rotary e voluntário do Gapa Itabuna.

Por causa do isolamento social, as reuniões do Rotary Club Itabuna Sul têm sido feitas online. Num desses encontros, a entidade decidiu desenvolver uma campanha em busca de donativos. São beneficiadas as pessoas que estão sem trabalhar por conta da pandemia e, portanto, sem dinheiro principalmente para comprar comida.

“A campanha foi feita buscando de cada instituição a sua maior necessidade”, explicou o empresário Otoniel Azevedo, membro do Rotary. Ele informa que, pelo que foi planejado, alimentos, bem como produtos de limpeza e higiene, dentre outros, são doados aos carentes através de entidades assistências.

Na primeira entrega, Gapa e Comunidade Filhos de Israel receberam alimentos; Albergue Bezerra de Menezes, tensiômetros; Fundação Baldoino, material de curativo, luvas e fraldas; Abrigo São Francisco de Assis, material de limpeza e de higiene pessoal; Lar Fabiano de Cristo, insumos para sua padaria comunitária.

Helenilson Chaves é o novo nome da praça Rio Cachoeira em Itabuna


A Câmara Municipal de Itabuna aprovou por unanimidade a mudança do nome da atual Praça Rio Cachoeira, no centro da cidade, para Praça Helenilson Chaves. A alteração foi proposta pela vereadora Charliane Sousa e relatada pelo vereador Beto Dourado.

O projeto, segundo os vereadores, foi um reconhecimento ao espírito empreendedor de Helenilson Chaves, diretor do conglomerado Grupo Chaves e responsável por vários investimentos nesta região.

Um grande exemplo é o shopping Jequitibá, que agora em 2020 completou 20 anos consolidado como o maior centro de comércio, prestação de serviços, lazer/entretenimento da região. Vale lembrar que Helenilson foi também o fundador da TV Santa Cruz.

Além do espírito empreendedor, Helenilson Chaves pautou sua vida pela responsabilidade social. Uma de suas iniciativas foi criar a Escola Ação e Cidadania, que educou e capacitou milhares e crianças carentes e seus familiares no bairro da Bananeira, em Itabuna.

Helenilson Chaves

Em carta de aos vereadores, a família de Helenilson Chaves fez um agradecimento: “Nós da família Chaves agradecemos a cada um de vocês o reconhecimento pelo amor, dedicação e os investimentos capitaneados e realizados por ele em Itabuna”.

“Tenham certeza continuaremos unidos, firmes e fortes, trabalhando duro e colocando diariamente em prática os valores e ensinamentos deixados por nosso pai, cuja memória preservamos com os exemplos de honradez que ele nos ensinou”. “Com gratidão e amor a Itabuna, nosso muito obrigado. por eternizar o nome de Helenilson Chaves nessa homenagem que muito nos emociona e orgulha”.


Altitude de Maracás permite clima diferente da maior parte da Bahia


Celina Santos

O “furacão” em que fomos jogados nos últimos meses faz buscar apoio em versos e imagens de lugares para escapar da realidade, hein? Como convida o magistral Gilberto Gil, dá vontade de gritar por aí: “Vamos fugir/ Proutro lugar, baby/ Vamos fugir/ Pronde haja um tobogã/ Onde a gente escorregue”. Então…

Em bom baianês, devo dizer que seria massa poder subir algumas ladeiras e escorregar numa cidadezinha com pouco mais de 20 mil habitantes. Fica quase mil metros acima do nível do mar, no sudoeste da Bahia. Imaginou?

E por lá, como mostram as fotos, o outono já indica outra face para a paisagem – principalmente à noite. A neblina ou névoa dão um charme especial à praça principal, onde uma balaustrada é marca dos imigrantes alemães que um dia estiveram por lá.

Assim como a arquitetura antiga de muitas casas, lembrança da origem de outros países europeus, como Portugal e Itália. Desde a emancipação da cidade, passaram-se 159 anos.

A visão ao redor duas ruas largas e planas disfarça as árvores e flores espalhadas nos jardins. Em plena praça central,  reza a lenda que a estátua do índio (habitante original daquele lugar) simboliza alguém que paralisou de tanto frio! Toda terra tem suas histórias e estórias, não é?

O outono mergulhado nesse tal “corona” não permite pensar num inverno típico, para curtir o “São João Quente na Terra do Frio” – lema do tradicional arrasta-pé no município. É logo ali na rua ao lado, mas outras festas juninas virão e o irresistível forró nos espera, viu?

Seja nesta primavera ou numa próxima, você também pode conhecer a “Terra das Flores” – outro sinônimo de Maracás. No hiato da cartilha de agora, precisamos tomar os cuidados recomendados. Mas é apenas uma pausa. Não podemos permitir que os tropeços nos impeçam de perceber as tantas belezas que nos aguardam. Só quando for prudente reencontrar a tão soberana liberdade, é claro.

O que nos sobra hoje é o apego à estação da esperança. De que os pesquisadores descobrirão um remédio (para socorrer os infectados) e uma vacina capaz de deixar para trás o vírus que tantos desafios impõe a todo o mundo.